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Conheci a produção do
no Substack há pouco tempo. Mesmo assim, já dá pra dizer que foi um grande presente neste início de 2023. Tanto que já havia indicado esse texto dele na edição 33 da news. E ele não para de despertar reflexões importantes. Desta vez, com a publicação ‘Crescer para onde?’.Em geral, Rodrigo tem trazido um debate interessante sobre o algoritmo e os números, grandes protagonistas num mundo cada vez mais ‘Dilema das Redes’. Só que, neste segundo artigo, o que me chamou mais a atenção foi um trecho no qual ele conta sobre uma frase dita por um diretor de empresa em que trabalhava:
“Você vai ser grande, Peixe”, disse a pessoa ao Rodrigo, dono do apelido.
Também me tocou quando ele diz o seguinte:
“Talvez eu pense demais sobre privilégios porque completo a cartela do bingo. Homem, branco, cis, escola particular, família estável, uma boa faculdade. E mesmo assim… Eu nunca me tornei grande. Como se eu tivesse começado a corrida uma volta na frente de todo mundo, e ‘nem assim’”
Quando Rodrigo escreve isso, me vejo em quase cada palmo de suas palavras. Tirando a parte da escola particular (que não foi por toda a vida), grande parte disso também é o desenho do meu caminho. E, assim como ele, já mergulhei internamente várias vezes e pensei o tal do “nunca me tornei grande”.
E digo mais: às vezes a frase ganha tons ainda mais pessimistas, transformando-se em “nunca me tornarei grande”.
Mas, afinal, o que é ser grande de fato?
Ganhar prêmios? Ser reconhecido(a) e famoso(a)?
Ostentar cifras a perder de vista na conta bancária?
Trabalhar como e não houvesse amanhã?
Bancar as viagens mais luxuosas?
Ter milhares de seguidores nas redes sociais?
Conduzir uma marca pessoal invejável?
*sinta-se com liberdade para acrescentar outras perguntas de milhões
Comecei a ler ‘Não Aguento Mais Não Aguentar Mais’, de Anne Helen Petersen. As reflexões iniciais do livro casam profundamente com o tema. E, para o drama dos Millenials¹ — geração da qual faço parte e você também, provavelmente, —, nosso cenário parece ser pouquíssimo otimista. As primeiras páginas já não me deixam mentir:
“Os Millenials mais pobres estão ficando mais pobres, e os de classe média têm dificuldade de se manter nesse nível. E isso é só a questão mais básica, a financeira. Também sofremos mais de ansiedade e depressão. A maioria de nós preferiria ler um livro a ficar mexendo no celular, mas estamos tão cansados que rolar timelines sem pensar muito é tudo que temos energia para fazer. Os Millenials vivem com a realidade de que vão trabalhar para sempre, de que vão morrer antes de pagar os empréstimos estudantis, de que talvez seus filhos acabem indo à falência quando precisarem cuidar de nós, ou de que acabem sendo destruídos por um apocalipse global. Isso pode parecer uma hipérbole, mas é o novo normal, e o peso de viver nessa precariedade emocional, física e financeira é atordoante”, descreve a autora.
Mas… Espera aí!
E se pudéssemos ressignificar o que é ser grande? Parece utopia, mas pode funcionar. É claro que não é nada simples derrubar um sistema complexo. Porém, por que não tentar atribuir novas perspectivas ao que é crescer em nossas vidas?
“Crescer é importante. Mas a gente não precisa crescer do jeito que o capitalismo espera. Existem outras formas de crescer”, escreveu MUITO bem o Rodrigo.
Quando pensar em crescer, será mesmo que não poderíamos pensar em outras perguntas, menos algorítmicas e com senso workaholic do que aquelas ali de cima? Sim, eu sei e você sabe que trabalhar será necessário para tornar outras possibilidades alcançáveis… No entanto, que tal também pensar em:
Posso me considerar grande ao aproveitar o tempo possível de qualidade com família, amigos, amores?
Posso me considerar grande ao separar 30 minutos do dia que sejam para uma leitura que faça sentido?
Posso me considerar grande quando pratico alguma atividade física no tempo que me cabe em meio à rotina?
Posso me considerar grande quando surpreendo alguém com um gesto generoso?
Posso me considerar grande ao conseguir experimentar um prato que sempre tive vontade?
Posso me considerar grande ao viajar àquela praia não tão distante, ou àquele destino que meu bolso permite?
Posso me considerar grande ao respirar fundo e sentir aquele primeiro ar puro da manhã?
Posso me considerar grande se minha saúde me permite seguir em frente?
Acredito que essas sejam boas perguntas para recalcular a rota do que são as verdadeiras grandiosidades da vida.
Até porque, enquanto nos martirizamos por aquilo que ainda não temos, a vida costuma passar de maneira acelerada. E independentemente do compasso dela, precisamos nos lembrar de algo importante:
“O tempo só anda de ida” (Manoel de Barros)
¹ - geração nascida entre 1981 e 1996
Você é um Millenial e se identifica com o texto?
Posso contar com seu apoio à news? :)
Sigo com o financiamento coletivo no apoia.se, uma forma de ajudar a continuidade saudável do projeto… Então, se puder:
Se gosta do meu trabalho e preferir menos burocracias e mais rapidez, também pode me fortalecer, no melhor valor ao seu bolso, por meio de pix para esdraspereiratv@gmail.com.
Já comprou meu conto Sítio (Des)esperança, na Amazon?
Se financeiramente não for possível, consegue pelo menos compartilhar com mais pessoas?
#ParaLer 📚 📚 📚
Clarice, obrigado, obrigado, obrigado por ter existido. Sua escrita transcende tudo. Macabéa, Olímpico, Glória. A cartomante indicada por Glória. O adeus de Macabéa. Enredo esvoaçante até última palavra. Genialidade.
#ParaVer 📺 🎬
Diante do tema do texto principal de hoje, me deu vontade de re-assistir ‘O dilema das redes’. Creio que seja uma boa pedida, principalmente se ainda não teve a oportunidade de ver.
#NewsIndicaNews 📑
Nesta semana não poderia deixar de indicar essa edição impecável de
. Dimitri Vieira traz um verdadeiro raio-x de um tema que tomou proporções gigantescas nas últimas semanas. E você, já testou o tal do ChatGPT?Eventualmente, uma verdade:

E mais…
Que foto, que história!
Odinei Ribeiro, um craque que não desistiu dos sonhos!
Já ouviu falar na Barsa?
The zoeira never ends (versão espanhola):
Aquele adiós musical, de lei…🎵🎙️
Mais uma news que se vai…
Com base nos critérios de recompensa do financiamento coletivo mensal, meu agradecimento especial a:
Mariana Maginador, Rafael Vieira, Camila Laister Linares, Bruno Rodrigues, Carol Magnani, Adelane Rodrigues, Fátima Castanho, Rogeria Portilho, Lucas Pereira, Vitor Cavaller, Welliton Nascimento e Beatriz Souza.
Até semana que vem! 😘
comprei o livro da anne helen na época em que tive um burnout, mas ainda não me sentia prontah pra ler. depois de alguns meses, acho que está chegando a hora e estou super curiosa/empolgada. adorei que vc compartilhou um pouco da sua leitura!
p.s. não deixe de comentar na flowsmag kkkkk