Leia a edição anterior: [precisamos de tanto?]

Estava prestes a não publicar nada, a não enviar uma edição nesta sexta-feira. E recomendo que a gente abra mão, mesmo que pontualmente, de algumas coisas quando achar que não tá dando conta. Eu sei: alguns compromissos são inegociáveis, mas, outros, podemos ter um respiro para o nosso bem.
A vida tem sido uma correria por aqui, apesar de querer repensar essa frase depois de ler uma das últimas ótimas edições da newsletter de
. Aliás, que sapatada o Edu nos dá quando diz o seguinte:Sim, é verdade que a vida é e continuará sendo uma correria só – tanto para os que sabem como (principalmente) para os que não sabem para onde estão indo (…)
Poucas serão as respostas daquelas que conseguirão te explicar exatamente para onde estão indo e o quão longe ou perto estão de chegarem após essa correria toda.
E olha que há uma mar de gente por aí afora que continua correndo às cegas, como os ratinhos de laboratório em cima das esteiras, à espera de uma intervenção divina que irá resolver todos os problemas com um passe de mágica.
Provavelmente eu seja alguém que ainda não sabe direito pra onde está indo com toda essa correria. Exercendo meu trabalho na TV, tocando alguns freelas de escrita e o projeto da news, ainda não sei direito o que almejo/quero a médio/longo prazo.
Mas sabe de uma coisa? Ter certeza do futuro não está em primeiro plano. Até porque lidar com o incontrolável, o incerto, não é dos melhores negócios.
Agora, sobre o que controlo: ontem, depois de muito tempo, respondi a uma amiga jornalista que estou feliz com o que tenho feito, com essa fase de volta à TV, com a vida de modo geral.
Apesar de todas as dificuldades naturais e inerentes à caminhada e à minha profissão, não posso deixar de lembrar os dias de escuridão que vivi no último ano.
Não é exagero dizer, metaforicamente, que mergulhei num mar em que o afogamento parecia o único fim da história. Até tive coragem de me abrir um pouco mais em um vídeo em setembro.
E, no fim das contas, não podemos ser hipócritas… O que queremos, acima de tudo, em nossos dias? Me perdoe se a minha convicção estiver errada, mas creio que uma palavra resume tudo: fe-li-ci-da-de.
Não é isso, no fim das contas, o que mais buscamos? Essa máxima, inclusive, está numa carta potente de Eleanor Marx a Olive Schreiner, de 1897.
Não penso que exagero quando penso que a beleza da vida, a alegria de viver, é o que deve nos guiar e é o que pode nos dar alguma força. (Eleanor Marx)
E quando leio uma passagem tão incrível assim, só posso recorrer ao final de Looney Tunes:
Creio que valeu a pena ter perdido o sono às 5h desta sexta, pegado o notebook e internalizado que, basicamente, o que se quer de nossa passagem é ser feliz.
É claro, sei da utopia que é felicidade a todo tempo. Porém, se conseguir alternar entre doses altas e doses homeopáticas de alegria no meio do caos, já dá pra agradecer pelo privilégio.
Também ontem, no mesmo dia que contei à amiga sobre estar feliz, passei em frente a uma igreja ainda fechada. Ali, decidi dobrar os joelhos na escadaria mesmo (independentemente de religião, uma conexão espiritual dificilmente nos fará mal). E, nesse ato, só pude agradecer por estar sorrindo mais novamente.
Aproveitando os 70 anos de Lulu Santos, talvez seja mais possível enxergar para onde ir em sua canção tão cantada por aí:
Não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir
Que tal contribuir com o projeto?
Aproveitando a reestreia de Linha Direta, na TV Globo, conto com o bordão do saudoso Marcelo Rezende pra ilustrar o que significa entregar a news semanalmente, no meio de outros corres da vida:
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#ParaVer 📺 🎬
Precisamos falar mais sobre esse tema amargo. E a leveza que a médica Ana Claudia Quintana Arantes carrega ajuda a desconstruir muito do tabu.
#ParaOuvir 🎧
Mais um convidado talentosíssimo no Mano a Mano. Valem muito as duas horas de audição.
Atenção à produtividade excessiva:
E mais…
A vida pode ser esse panda
Giannis me representa sobre sucesso
Já sabe como termina, né? 🎵🎙️
Se perdeu alguma edição anterior, não se preocupe:
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Mariana Maginador, Rafael Vieira, Camila Laister Linares, Bruno Rodrigues, Carol Magnani, Adelane Rodrigues, Rogeria Portilho, Lucas Pereira, Evilazio Coelho, Welliton Nascimento e Beatriz Souza.
Espero que até semana que vem! 😘
E depois sempre de uma semana corrida, ter esse tempo de apreciar seus textos e todo conteúdo postado é maravilhoso. Obrigado por todos os posts até agora, amigo, de verdade. São abraços com palavras todas as semanas 👏🏻👏🏻❤️
Coisa linda mais uma vez, Esdras, e obrigado pela citação! A propósito, já viu o maravilhoso doc do Manoel de Barros na Netflix? Recomendo! :)