Leia a edição anterior: [qual é o futuro de Vida Vivida]

Quando abrimos a caixinha da sinceridade, parece que a retribuição é inevitável. Acredito que uma grande dádiva destes tempos é se permitir ser frágil, vulnerável. Não é sobre nunca ter poder de resolução ou discernimento para encarar os problemas. E sim admitir que, em determinados momentos, o melhor a se fazer é reconhecer a não capacidade de continuar algo de um jeito não tão sustentável assim.
A fragilidade nos acompanha nas mais diversas situações de vida. Quando a tornamos transparente, é como se um fruto plantado tivesse o processo de maturação acelerado. Aí, chega a tão esperada hora da colheita.
Na edição passada, deixei clara a impossibilidade de seguir semanalmente entregando a newsletter com qualidade. Se você não leu, recomendo…
E então, ao colocar as minhas verdades na mesa, tive a oportunidade de receber as verdades de algumas pessoas também.
Isso até se transforma em constatação: esquivamos demais de abrir o jogo a respeito daquilo que sentimos. Por que precisamos tanto estar de frente com alguns gatilhos/circunstâncias pra finalmente contarmos sobre o que habita nosso coração?
Não sei, a psicologia deve explicar, certamente…
Ao contar que o ritmo por aqui iria diminuir pra dar conta de equilibrar tantos pratinhos, fui arrebatado por mensagens, e-mails e pombos-correios lindos, rs (mentira, mas que seria legal um pombo chegando na sacada trazendo uma carta relacionada à news, seria).
Entre essas lindezas todas, um retorno me emocionou. Tinha que ser a Ana, né?!(se não sabe quem é ela, volte uma casa — ou melhor, ao texto anterior)
Ana é aquela que enxerga muito do que meus olhos não veem e traduz melhor muito do que meu coração sente. Espero que não se importe de compartilhar esse trecho — é porque tenho certeza que também vai fazer sentido a muita gente.
Ler a sua escrita é sempre muito bacana, pois é muito autêntica e transparente. Mas especialmente hoje, senti que foi uma virada importante pra pessoa que me procurou há alguns anos atrás com dificuldade de se enxergar profissionalmente, e por consequência, de se distanciar de algo que não parece fazer sentido no momento. Pude observar você aprender a se afastar daquilo que não era bom, que não te acrescentava ou que te diminuía de alguma forma, pessoal e profissionalmente, e isso foi ótimo. Mas hoje, talvez por uma das primeiras vezes, pude te ver escolher se distanciar de algo que você ama para se priorizar. Bizarro isso né?! Que às vezes até algo positivo para nós pode se tornar cansativo, pesado ou até sem sentido em dados momentos da vida.
Essa é realmente uma grande lição de vida. Não é que não ame o projeto mais. Esse amor não morreu, apenas entendi a necessidade de tirar o pé do acelerador. Sobretudo depois da leitura sobre burnout, também indicada na última edição.
Nós, millenials, temos naturalizado cada vez mais o trabalho em excesso. E a news, vale reforçar, é trabalhosa demais — embora normalmente prazerosa à mesma medida. Queria mais uma vez externalizar o que penso: esqueça de uma vez por todas aquela balela de trabalhar com o que ama porque não será trabalho. Isso é conversa do capitalismo que quer te engolir. Quando a gente ama demais, aliás, o afogamento e a decepção podem ser ainda maiores.
O recado de hoje, portanto, é: evite tudo aquilo que te sobrecarrega. Redefina caminhos. Recalcule rotas, como tenho feito. Escreverei aqui quando achar que devo. Quando as palavras não aguentarem mais ser sufocadas dentro do peito e precisarem sair feito um tsunami.
Até porque, felizmente, percebi que há muitos “verdadeiros” que acompanham o projeto. Obrigado, principalmente, a você que é um deles e me escreveu dizendo pra não parar de colocar as palavras “pra jogo”, independentemente da periodicidade.
A gente se vê por aí, dentro do respeito aos próprios limites…
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#ParaVer 📺 🎬
Esse documentário sobre a trajetória de um dos grandes astros da música internacional é uma grande representação sobre vulnerabilidade. Aliás, uma comprovação de que até os gigantes são seus próprios impostores.
Pelamor de Diós…
O que mais tem pra hoje?
- Essa entrevista de Preta Gil é uma grande reflexão sobre a vida (e inevitavelmente sobre a morte)
- Impossível parar de ver vídeos do Vidal, o amante de peixe e Campari (não sei porque mas me dá um paz kkkkkkkkkkkkkkk)
- O vídeo mais lindo da semana
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma… (Alberto Caeiro)
Não poderia terminar diferente… Alô, Lewis 🎵🎙️
Se perdeu alguma edição anterior, não se preocupe:
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Mariana Maginador, Rafael Vieira, Camila Laister Linares, Bruno Rodrigues, Carol Magnani, Adelane Rodrigues, Rogeria Portilho, Lucas Pereira, Evilazio Coelho, Welliton Nascimento e Beatriz Souza.
Até logo! 😘