#60 - Vida Vivida [alguém que acredite]
Dois pedidos pra hoje: faça a diferença a quem anda precisando e responda, por favor, a primeira pesquisa de 'Vida Vivida'
Leia a edição anterior: [comparações vão nos enlouquecer]

“Olhe ao seu redor camarada
Pra que as trevas não levem seu brilho
Pra que a coisas não saiam do trilho” (Bang - Emicida)
Quando você lê esses versos, consegue associar à música?
Se você é fã, admirador(a) do trabalho do Leandro, provavelmente. E digo Leandro sem medo porque quem gosta sabe que ele não nasceu E-M-I-C-I-D-A, sete letras, um propósito…
Voltando ao assunto: entre tantos trabalhos desse ícone do rap nacional ao longo desses anos todos, Bang faz parte dos que carregam uma inesquecível combinação batida-composição. E quase que a batida — parte fundamental dessa simbiose — se perde, acredita?!
O Felipe Vassão, produtor musical e compositor, contou essa história dia desses nas redes sociais. Sozinho, no estúdio, ele fuçava um sample que posteriormente se tornaria a base da música. Emicida, ouvidos atentos, perguntou o que era aquilo, quando o Vassão disse: “Ah, um negócio aí, vou jogar fora”
O artista, de bate-pronto: “Não, não, não, não”
Depois, o que estava a alguns centímetros da lixeira virtual, virou a batida inconfundível de Bang.
A história me encantou. E, particularmente, acho sempre interessante descobrir os bastidores de narrativas que não se tornaram incríveis no tempo de um clique. Como de costume, há um processo por trás.
A gente olha pra o pessoal alcançando o topo das montanhas por aí e esquece das cordas arrebentadas no percurso, das cãibras no caminho, das bolhas surgindo depois de uma terrível insolação.
Exemplos figurativos pra lembrar que, com raras exceções, demoramos a chegar onde sempre sonhamos. Ou até pior: às vezes a gente já chegou e simplesmente deletou o sonho da própria memória, passou a borracha no caminho.
Afinal, temos nos tornado cada vez uns eternos preenchedores de vazios. Vivemos na nossa própria roda do rato, nunca satisfeitos com as linhas de chegada já desenhadas na palma das mãos. Chegamos e queremos mais, mais, mais. Isso me faz lembrar a provocação de Clarice em ‘Perto de um coração selvagem’:
“O que acontece depois que se é feliz?”
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Mas a ideia/reflexão central da edição me leva um pouco além: gostaria, mais uma vez, de reforçar a importância de a gente acreditar verdadeiramente nos nossos… Gente da gente, sabe?!
Tem muitos dos seus por aí prestes a “jogar um negócio fora”, como teria feito o Vassão. Aí cabe muito do nosso acender de luz de dizer “não, não, não, não”, alá Emicida.
E não se trata de bondade demais, iludir, ou coisa do tipo, e sim aquele olhar carinhoso de simplesmente acreditar que o sonho de alguém é possível.
É bem possível que o escopo dessa idealização esteja bem longe do ideal, mas a dose de incentivo que podemos transferir tem grande chance de ser poderosíssima, capaz de transformar o medo do incerto no abraço necessário à chama daquele(a) sonhador(a).
Até porque, sejamos justos, externalizamos um bocado de admirações principalmente aos distantes, que sequer sabem quem somos, e esquecemos alguém que está logo ali, bem perto, em busca de uma palavra, um gesto, um elixir de fé, um voto de confiança num aperto de mão, numa saudação.
Não temos dimensão da diferença que provocamos ao depositar nossa esperança no outro.
Acreditar e torcer por alguém jamais diminuirá a importância do nosso próprio caminho. Deixemos de encarar a vida como uma competição aniquiladora em que só um de nós pode ter um lugar de destaque. O brilho do sol pode ir além, os raios também devem ser a vitamina preenchedora de vitórias em outras peles.
“O mundo ainda não está acostumado a ver o reinado de quem mora do outro lado da ilusão” (Bang - Emicida)
🎬 Como viver até os 100: os segredos das zonas azuis
Essa minissérie, de quatro capítulos, é uma ótima recomendação, sobretudo se você acaba de terminar alguma produção que te tomou muito tempo. Pode ser um respiro mergulhar nesse tema interessantíssimo. O escritor Dan Buettner viaja o mundo pra entender como moradores de alguns lugares específicos conseguem chegar “tão longe” com qualidade de vida. Ele visita zonas com a maior quantidade de centenários ao redor do globo.
🔊📺 Entrevista Tom Holland
Não sou lá muito fã de filmes de super-heróis, mas quando assisti a um corte da entrevista do Jay Shetty com o Tom Holland me interessei em saber mais sobre a história do ator. Ele me ganhou pela sinceridade com que tratou de temas contemporâneos como saúde mental, vício em redes sociais, alcoolismo etc. O bate-papo é em inglês, mas, se quiser ver alguns cortes legendados, basta acessar o canal Tom Holland Brasil.
Marina Sena, htinha
Rica, o babaca
Experiência e a gourmetização de tudo
O nível de quem recebe nosso dindin suado
Pedido de ajuda - parte 1 🆘🆘🆘
Um amigo produtor de conteúdo audiovisual teve todo o equipamento furtado (câmeras, lentes, drone etc). Ele deixou o carro estacionado enquanto visitava a filha recém-nascida na maternidade. Prejuízo de mais de R$ 40 mil.
Clique aqui pra saber mais detalhes da história. Ele criou uma vakinha pra tentar reaver um pouco do dinheiro e poder voltar ao trabalho.
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“Isso é parte desse paradoxo que a gente vive, no qual nós passamos a desejar dentro de casa um resultado profissional, enquanto todos os profissionais que participam dessa indústria tentam a todo custo nos convencer de que o que eles fazem é caseiro.” (Carla Soares)
“Ainda que se goste do posto que ocupa, ainda que se tenha desafios por enfrentar, a pressão é para que você suba. Suba suba suba e chegue invariavelmente numa vaga burocrática. Com mais dinheiro, é claro, mas bem longe daquilo que primeiro te motivou a tentar tal carreira. Dá para lutar contra isso? Dá, só que não é bem visto. Rende rótulos de pouca ambição, de resistência a mudanças. E quem é que pode dizer não a um aumento hoje em dia, não é mesmo? Sei lá, eu sou arisca a esse movimento, ao aperfeiçoamento interminável. Tenho pavor de que grande parte da minha vida se resuma a subir uma escada cujo topo não me interessa — apenas o meio.” (Bárbara Bom Angelo)
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