Hoje é sexta-feira 13. Faz tempo que ela não dá as caras, hein… Mas essa superstição não me pega não. E por aí?
Anyway, o texto desta edição não tem nada a ver com isso, rs. Essa aqui foi apenas uma lembrança aleatória. Então, vamos lá ao que interessa…
“Tenho nas mãos uma garrafa d’água e um sonho”
Vi esses dias uma amiga brincando assim na legenda de uma foto nos stories do Instagram. De frente com o espelho da academia, o tom de quem, em tese, almeja uma vida mais fitness.
A reflexão é aleatória ao começar a pincelar as palavras neste documento em branco.
Penso: será que um dia, se ela realizar esse sonho, vai se lembrar das transformações do percurso? Vai lembrar que, de início, talvez só lhe cabia, ainda que ironicamente, uma simples garrafa d’água e a vontade de “chegar lá”?
Em relação aos seus feitos, te pergunto: com que frequência tem observado as barreiras rompidas ao longo do caminho? Pequenos checkpoints que, embora não “zerem o jogo”, fazem parte do processo de chegar até aquele chefão tão temido…
Talvez, assim como eu, você ainda não tenha conquistado muito do que almejou um dia. Talvez, também de modo igual, você já desistiu de inúmeros planos que um dia pareciam indissociáveis à melhor vida possível.
Mas, em meio às lacunas e desistências, tenho certeza que houve preenchimento de sobra. Aqui e aí, embora nos esqueçamos tanto.
Quando decidimos direcionar os olhos às nuances da vida, usamos lentes que nos fazem vibrar mais — ou que seja ao menos fazer mais mergulhos reflexivos —, mesmo que por instantes.
Nas últimas semanas, Renan, um amigo muito querido, começou a correr, por motivos de saúde e estética. Tenho acompanhado de perto esse pontapé de partida e a sucessão dele.
O início é difícil, mas, por incrível que pareça, também é viciante. Na corrida, acima de tudo, há um duelo interno que te faz perceber uma força interior que ainda nem conhecia direito.
A evolução vai acontecendo quando você nem ao menos se dá conta. Na primeira semana você mal é capaz de correr um quilômetro sem parar. Na segunda, isso muda. Depois, as pernas e o fôlego vão se alinhando. Dali um pouco, vêm os primeiros cinco quilômetros ininterruptos (uma espécie de quebra inicial de barreira nesse esporte).
Vê-lo nesse rito de iniciação me fez, de alguma forma, ter orgulho do meu processo na corrida.
Comecei no final de 2017, depois de voltar bem inchado/gordinho do intercâmbio regado a muitas pints de cerveja e fast food. Entre altos e baixos, algumas lesões, há uma notória evolução de lá pra cá.
É um amor que se solidificou, valendo até um run tatuado abaixo da panturrilha direita.
E o mais interessante é finalmente olhar pra esse crescimento, mudança positiva. Às vezes, no meio do caminho, tudo fica tão natural que a gente esquece o perrengue que foi começar, criar um hábito, transformá-lo em certa constância.
Isso vale pra um bocado de experiências na vida. Quantas vezes a gente reclama intensamente de algumas fases sendo que, há algum tempo, boa parte daquilo que tem sido vivido era justamente parte de um desejo em construção?
Em muitos desses casos, talvez só tenhamos mesmo um copo d’água e um sonho no começo. E aí o tempo passa, já estamos bem diferentes, mas seguimos olhando para o vazio, numa sede voraz e eterna, como se um barril inteiro não desse conta de curá-la.
E nessa vida que facilmente se coloca em paralelo à corrida, é bom lembrar: nesse duelo interno, você precisa respeitar a si antes de celebrar todas as vitórias (e inevitavelmente as derrotas) que estão por vir.
Todo esse percurso se traduz fácil na voz de Tony Garrido:
Você não sabe o quanto eu caminhei
pra chegar até aqui (…)
A vida ensina
e o tempo traz o tom
pra nascer uma canção (A Estrada - Cidade Negra)
Parafraseando Haruki Murakami em ‘Do que falo quando falo de corrida’, dedico esse texto “a todos os corredores que encontrei pelas ruas – os que ultrapassei e os que me ultrapassaram. Sem todos vocês, eu nunca teria continuado a correr”.
😍 Essa crionçaaaaaa
😍 Ainda na série crionças fofas
📚 Dona Lúcia, booktoker de milhões
😨 Você não morre totalmente logo de cara
💌 Clara resumiu o que você pode estar precisando ler
🤓 Uma análise incrível de Jesus Chorou, dos Racionais
Poucas vezes vi alguém destrinchar uma obra com tanta maestria quanto a
neste texto. Se o tema desta edição tem relação com percurso, ela soube muito bem “entrar” na cabeça do Brown pra observar os pormenores de uma das maiores composições do rap nacional. Leia aqui.🎶 As notas dos Beatles
“Eu só rabisco num pedaço de papel, sabe... E depois deixo numa espécie de pilha. Quando começa a ficar mais interessante, me aventuro na máquina de escrever e digito. E a máquina de escrever também acrescenta coisas. Eu mudo enquanto digito. Geralmente é o terceiro rascunho quando chego à máquina de escrever.” (John Lennon)
Há duas semanas, trouxe um pouco de Beatles em um dos textos que mais repercutiu por aqui. Coincidentemente, dias depois, li essa edição incrível, em inglês, de
, da — aliás, é uma das newsletters mais incríveis que já conheci por aqui. Neste texto, em específico, ela reúne um pouco do processo criativo das composições desses ícones. O bastidor por trás de ‘A Day In The Life’ é dos bons.Você pode fortalecer demais esse projeto… 💰
Não tenha dúvida: as edições aqui dão bastante trabalho pra fazer! Entre pesquisa, escrita, edição e revisão, são muitas horas de dedicação. O pensamento é simples: sempre busco tornar a entrega mais agradável e valiosa a você.
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Antes, por aqui: [Beatles: o primeiro show]
Se perdeu alguma outra edição, não se preocupe:
Aquela despedida ao som de um som… 🎵🎙️
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