Antes de começar a edição de hoje, queria contar a você que estou muito feliz. Parei de me sabotar e finalmente lancei uma campanha de financiamento coletivo para a newsletter, o que consequentemente vai fortalecer meu trabalho independente de escritor/curador/produtor de conteúdo.
E a felicidade tem relação com o fato de que algumas pessoas já até estão apoiando, viu. Isso é sensacional e aquece demais meu coração, sério.
Bom, recado dado, alegria compartilhada, vamos juntos para a nossa edição #5?
O que vale a pena de verdade nessa vida? 🤔
Semanas atrás, uma amiga, mulher incrível, estava vivendo uma daquelas fases em que é impossível não abrir nossas barragens internas. Quando foi a última vez em que você se sentiu no meio de um furacão capaz de abalar todas as estruturas da escala Richter da própria vida?
Uma amiga jovencíssima dessa amiga treinava na academia, no auge de seus menos de 40 anos. As linhas do desenho de um coração que bate desperformaram em instantes. Um dia comum de suor transformado em duas paradas cardíacas e um aneurisma cerebral.
Dias de luta na UTI e um fim precoce.
Em paralelo, peculiaridades irritantes ao cotidiano dessa minha amiga.
O trabalho com gente chata. A necessidade de escrever sobre coisas burocráticas. O computador emprestado que quebra. A torta pronta queimada no fogão evidenciando os corres que tiram até o tempo de checar as chamas. A TV, cheia de pasta de dente usada pela filha para deixar o sorriso da Mônica mais branco no desenho.
Nada dos mini desastres cotidianos se compara à tristeza do fim da linha. Mas ser ladeado pelo encerramento do caminho de alguém que amamos pode trazer algo, ainda que de maneira passageira.
Não há nada melhor do que a morte para nos fazer refletir sobre a vida. Irônico, né? Pode soar radical, então te desafio a encontrar um ponto mais reflexivo do que uma perda.
É aí quando, ainda que por instantes, minutos, dias, você vai ouvir muito mais frases do tipo: “Precisamos aproveitar mais nosso tempo aqui, né?”
No meio do caos dessa minha amiga, ela me provocou com um podcast que inclusive já citei na terceira edição da news. E como também sou um integrante ferrenho do time dos provocadores, devolvi um questionamento durante nossa conversa: o que importa (na vida) será?
“Acho que o sentido maior é você se entender nessa existência, entender qual é a da sua alma nessa existência, como você pode melhorar um pouquinho da sua existência, e da existência dos outros também”, condensou ela, num áudio sincero, antes de vários desabafos, tudo repleto de emoção crua e genuína.”
Acho que é bem por aí, sabe?! Quando me senti perdido sobre o porquê importo aqui, sobre qual seria minha missão, uma outra amiga resumiu e achei bonito:
“Tua sensibilidade já mostra que um dos teus propósitos é servir e amar as pessoas. Tua escrita é um abraço, ora melancólico, ora cheio de energia. Jamais perca isso.”
No fim das contas, eu também faço meu resumo: o que vale nessa vida é sentir e se permitir. É abrir mais o peito e mirar os olhos aos raios solares que, agora, por exemplo, me perfuram pela fresta da janela com a melhor das energias. Vez ou outra, também teremos de mirar tempestades e invernos rigorosos até encontrar a próxima de nossas raras auroras boreais.
Sentir e permitir significa notar os detalhes.
Feito o movimento das asas do pássaro que escolhe quando quer bater — e alterna com pausas que o fazem flutuar ou dançar no ar, como se as nuvens fossem capazes de tocar música clássica.
Feito quando percorremos uma estrada longa para receber um cappuccino sabor carinho.
Feito quando a mãe despeja com destreza a cobertura de chocolate no bolo de cenoura.
Feito o chá preparado pela namorada para cuidar do namorado enfermo.
Feito a lágrima que escorre nas despedidas sem saber ao certo sobre o próximo encontro.
Feito a avó perguntando sobre o neto doente do estômago e dizendo que logo tudo ficará bem, como se suas palavras tivessem recebido poder de cura.
Feito quando enxerguei a beleza poética de Manoel de Barros escrevendo que é possível louvar “latrinas desprezadas que servem para ter grilos dentro”, pois elas podem “milagrar violetas”.
Feito eu terminando esse texto enquanto Bethânia canta nos falantes que, quando soltar sua voz, por favor, entenda, é o jeito dela de “viver o que é amar”.
O texto de hoje fez sentido a você?
Mistééério… 🤐 - Devo admitir: o jornalista e escritor Chico Felitti é um dos maiores contadores de história deste país. Talvez você não seja daqueles que, feito eu, liga nome ao autor. Tudo bem, mas é possível que você tenha lido a linda e instigante reportagem do Chico sobre o ‘Fofão da Augusta’. Agora, ele oferece, em podcast na Folha, um mergulho na história de uma mulher que vive numa casa abandonada em Higienópolis. Detalhe: não bastasse a peculiaridade de uma mansão “caindo aos pedaços” num bairro nobre de SP, também há muita excentricidade na moradora do imóvel.
Sigamos no modo misterioso - Nos embalos do suspense, também recomendo a minissérie espanhola ‘O Inocente’. A direção é de Oriol Paulo e talvez você já tenha visto outras obras dele, como ‘Um contratempo’ e ‘Durante a tormenta’. Ainda não terminei de assistir, mas já considero pakas.
Filipe Ret lançou novo álbum, chamado LUME [luz emanada pelos crias que fala, né?]
Esse álbum aqui é uma delicinha de ouvir [Gaía indicou na edição 079 de Paulicéia e achei que valia a “re-indicação”]
É impossível não sentir prazer vendo esse vídeo sobre algo tão aleatório [é sério, você não vai se arrepender]
Me tornei um sem vergonha, acredita? [só vai entender se clicar, lo siento]
Por dentro do Palmeiras [se você gosta de bastidores de futebol, vai curtir isso aqui]
Nesta seção, vou deixar indicações que, se você decidir adquirir pelo link daqui, pode ser que me ajude com um percentual de afiliado. Isso não quer dizer que a recomendação seja aleatória, só com intenção de receber por isso. Vou indicar apenas o que realmente curti, ou soube que vale a pena por meio de alguém que confio. Mas, ganhar dindin não faz mal a ninguém, né?
A arte da felicidade
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uma vez meu pai me disse que escrevo como que para salvar a minha vida
ele entendeu (Mariana Rossi - Líquida)
Obrigado por estar aqui comigo! 🤟
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Um agradecimento especial aos primeiros apoiadores, primeiras pessoas a me incentivarem financeiramente a seguir nessa caminhada. Desta vez, por ser o primeiro agradecimento especial, vou quebrar as regras da própria campanha no Apoia.se e citar o nome de todos que apoiaram e apostaram em mim neste início, independentemente do valor. Qualquer apoio será extremamente valioso e terá minha gratidão real. Nas próximas edições, porém, os nomes vão seguir os critérios das recompensas do financiamento.
Meu obrigado especial a Claudia Prates, Lucas Pereira, Maicon Moura, Mariana Maginador, Thiago Sagat, Rafael Vieira, Carol Magnani, Camila Laister Linares, Bruno Rodrigues, Basílio Magno, Fátima Castanho, Ana Maria Pivetta e Lauro Medeiros ❤️