Leia a edição anterior: [meu herói, meu bandido]
Durante todo o mês de março, a news tem contado com apoio do Espaço Humanamente, de Sorocaba, espalhando a importância de um olhar cuidadoso à saúde mental. Sou muito grato, mais uma vez, por ter unido meu conteúdo à divulgação do trabalho fundamental feito por esse time de psicólogas competentíssimas.
Me superei. Se já havia me metido em discussões políticas nas redes no período eleitoral, agora alcei outro patamar. Quando dei por conta, estava mergulhado numa treta sobre chá revelação — e que me deixou mal, juro.
É, meu querido, minha querida, a internet traduz bem o que tenho tatuado no braço esquerdo: we are all mad here.
Um amigo escreveu um tweet dizendo que esse “evento” feito por futuros pais e mães estava no hall das coisas mais bregas da vida. Devo dizer que concordava até alguns meses atrás, mas um primo vai ser pai e organizou um desses chás recentemente. Tcharãnnn! Chorei feito criança, sério.
Respondi ao tweet do amigo com um comentário sobre a minha experiência. Depois, o amigo citou quanto esse tipo de festa é mais uma cartada da vida pós-redes sociais, da obstinação pelo viral, do capitalismo, do meninos vestem azul, meninas rosa (oi e tchau, Damares!) etc…
E, inevitavelmente, concordo com tudo isso. A única coisa que deixei para trás foi o senso de que era breguice, muito por conta dessa emoção pessoal — APENAS.
A postagem ganhou tração. Até chegar alguém elencando uma lista de pontos além do fato de supostamente ser algo brega. E entre tantos, um deles destacava que quem chorou ou achou bonitinho era resultado do patriarcado enraizado (algo assim).
Aquilo me bateu errado, talvez principalmente não ter um grande exemplo paterno como carga de sustentação da minha trajetória. Aí, tive uma reação totalmente emoção, zero razão. Escrevi algo como: “Parabéns, Twitter, mais um dono da verdade encontrado com sucesso”. Aí virou uma bola de neve, embora tenha feito uma autocrítica logo depois de ter me excedido.
Foi lindo analisar esse “acontecimento” na minha última sessão de terapia. E é nesses momentos que a importância do acompanhamento psicológico fica ainda mais transparente. Isso porque descobri o quanto de raiva e o quanto de ego houve na minha reação. Perdi completamente a razão indo “ao ataque” como fiz.
E essa observação interna, com ajuda, evidentemente, me ensinou sobre o quanto temos buscado “ganhar” a qualquer custo. As redes sociais alavancaram isso à enésima potência.
É aí que entra o nosso ego, oculto ou não: quantas vezes queremos convencer alguém de algo meramente para uma “automassagem” que diz, consciente ou inconscientemente, “uhul, minha opinião venceu, a razão é minha”? (Alô, Brasil polarizado)
Pelo lado bom da história, esse mergulho do autoconhecimento, a partir de um tema trivial, só vai contribuir à minha busca por evolução nesse aspecto.
Porque qual é o sentido, afinal, de convencer alguém sobre algo? A intenção é realmente agregar, somar, colaborar com ideias/argumentos, ou, repito, unicamente um autoafago dos mais hedonistas possíveis e imagináveis?
Sim, há muitos temas que carregamos uma capacidade tremenda em acrescentar, valorizar debates e discussões a partir de nossos pontos de vista.
Outros, no entanto, como bem comentou uma outra pessoa no tweet, é muito mais vantagem tentarmos ser os melhores ouvintes possíveis e falarmos de menos — ou até não abrir a boca, por que não? Além do mais, o silêncio pode evitar desgastes mentais e de energia, o que significa menos sofrimentos desnecessários.
Ao pensar em todos esses pormenores durante o processo terapêutico e também na organização de ideias, no flow para amarrar o texto, só fica mais claro na minha cabeça o quanto temos sido prejudicados por essas batalhas de ego e por uma certa dificuldade em manter o controle racional em estágios mais à flor da pele.
De modo geral, é fácil dizer: quanto mais prevalecer em nossas vidas um fluxo de “eu ganho, você perde”, no fim dia, mais "perdemos todos” teremos alcançado.
É isso mesmo que queremos?
🧭 Espaço Humanamente
Tem pensamentos e reflexões que, sozinho, não somos capazes de dar conta. Por isso, precisamos de TE-RA-PIA. Se há trechos sobre tentativa de convencimento no texto principal desta edição, vale deixar aqui um escudo crucial: não deixe que tentem te manipular dizendo que buscar ajuda psicológica é frescura! Pelo contrário, é um super ato de coragem.
Nunca teve a oportunidade de passar com um profissional de saúde mental? Que tal buscar essa importante virada de vida? Desenvolver o autoconhecimento e equilibrar as emoções é como reunir as melhores condições de navegação para um barco que nem sempre vai atravessar oceanos fáceis. Ainda assim, é possível ser o(a) melhor comandante possível.
Nesta edição, ouça o que dizem as psicólogas Laurian Prado e Wellin Freitas:
#ParaVer 📺 🎬
Carla Madeira deu uma ótima entrevista ao Roda Viva nesta semana. Falou de uma série de tópicos, sobretudo aqueles relacionados ao best-seller ‘Tudo é Rio’.
#ParaOuvir 🎧
Esse episódio é uma preciosidade. Você vai conferir uma entrevista totalmente desarranjada com Niemeyer, mas o melhor está por vir na segunda parte: uma peculiaridade enorme envolvendo um acidente envolvendo um avião da Gol e um legacy, em 2006. Você já ouviu falar em uma espécie de “reparação espiritual”? Pois fique de ouvidos atentos…
#NewsIndicaNews 📑
Gostei bastante desta edição da
e me identifiquei muito com o tema. Se você também tem projetos paralelos ou pensa em começar, não deixe de ler.Dos criadores de Mutantes na TV Record:
E mais…
O melhor vídeo recente
Pedro Cardoso mil grau
Essa criança é absurdamente incrível
Alô, Bila Bilu
Yo todinho:
Já sabe como termina, né? 🎵🎙️
Mais uma news que se vai…
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Até semana que vem! 😘
Pra atuar na internet, terapia é praticamente um pré-requisito, né? Demorei um pouquinho pra entender isso, mas não abro mais mão. E olha que ainda não tô no Twitter! 😅
Silenciar! Algo que a terapia a ajudou a compreender o quão importante é!
Aprendo mais a cada dia (e, principalmente, na minha idade) que ter sossego é tão melhor que ter razão.
Simples assim!
Congrats my angel! Seu trabalho é brilhante!