Leia a edição anterior: [melhor dia da vida]

Não me lembro exatamente quando tive o estalo que me virou uma chavinha, do tipo:
A escrita é minha vida, o texto é meu melhor aliado…
Mas, se não me falha a memória, isso aconteceu lá no Ensino Fundamental (ainda se chama assim? rs).
Houve um dia em que escrevi um texto sobre um pássaro poderoso e o então namorado da minha mãe ficou impressionado. Dali em diante, meu inconsciente deve ter pensado:
Ora, ora, tem algo que sei fazer bem…
Não digo consciente porque, no fundo, quando somos crianças/adolescentes, pouco nos importamos com qualidades que podem render no futuro. É uma fase bem mais coração:
Se jogamos bola bem, isso alimenta um amor por aquilo (pode até acender uma chama de sonho em ser jogador, mas não necessariamente é o que nos move);
Se desenhamos bem, nos contentamos com o prazer do momento daquela atividade (não estamos pensando em ser o próximo artista a expor no Louvre);
Se somos curiosos por carros, desfrutamos das descobertas e complexidades envolvidas num veículo (ainda não estamos querendo ser o melhor mecânico da cidade).
A ideia que quero passar é que, quando gostamos muito de algo e aparentemente sabemos executar, os elogios acontecem de maneira mais natural. E é muito mais fácil lidar com eles — embora às vezes a gente se sinta tímido(a) ao recebê-los.
E quando vem uma crítica?
Mudei de escola na transição do 9º ano para o 1º ano do Ensino Médio. E, logo nas primeiras semanas, depois do pedido de algumas redações a serem feitas, a professora de Português me alertou:
“Você precisa de umas aulas de reforço”
Aquilo me bateu incrivelmente mal. Um menino super elogiado na escola anterior e, de repente, vem essa pessoa e diz isso?! E olha, que bom existir pessoas assim para nos dar alguns tapas na cara, no melhor dos sentidos.
Naquele momento, não entendi direito, doeu, mas obviamente ela tinha razão, havia muito o que melhorar. Eu tinha boas ideias, era criativo, mas quem disse que, de maneira prática, escrevia bem mesmo?
Corta para o futuro…
Comecei a news contando um pouco dessa história porque algo parecido me aconteceu recentemente. Desde o dia 10, tenho feito parte do time de repórteres da EPTV Central, uma afiliada Globo na região de São Carlos. Aos que não sabem, já tive outra experiência em afiliada Globo e também no SBT.
No total, tenho cerca de dois anos com trabalhos em jornalismo de TV. Mas, via de regra, o que aconteceu, mesmo nessa curta trajetória?! Elogios ao meu texto…
Até que, na primeira semana de “casa nova”, recebi críticas construtivas de um dos editores. Em uma das reportagens, o texto que havia escrito foi mudado praticamente inteiro. O melhor: ele me explicava, ponto a ponto, a necessidade de mudança. E eu só pensando: “caraca, é isso, faz muito sentido!”.
Não quer dizer que, de uma hora para outra, desaprendi a escrever — o texto de TV é bem diferente de outros tipos/estilos; mais curto, por exemplo, para contemplar as entrevistas.
Mas, precisamos ser humildes o suficiente para entender que, embora reconheçamos nossas qualidades no que fazemos (quando vencemos a Síndrome do Impostor), SEMPRE temos MUITO a melhorar.
E talvez essa seja uma das graças da vida: ter, dia após dia, a possibilidade de evoluir naquilo que faz parte da nossa caminhada. Nesse começo, felizmente, também teve gente que fez questão de não me fazer desanimar pela necessidade de melhorias.
Aqui, vale enaltecer, não leve em conta apenas o aspecto profissional na ideia desta edição. Todo dia também é uma chance de ser alguém menos pior. Afinal de contas, como já escrevi em outra ocasião, nunca seremos 100% heróis, nem 100% vilões.
Por isso, em resumo, tome cuidado quando seus trilhos parecem tomados somente por elogios. É importante filtrar os mais sinceros, claro. Mas, eventualmente, quem se preocupa de fato conosco é quem tenta nos puxar para cima com algumas críticas. Desde, claro, sendo construtivas e respeitosas.
Esse post da Forbes define bem a reflexão de hoje:
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#ParaOuvir 🎧
Apesar da polarização envolvida neste Brasil quando o assunto é Tati Bernardi, achei bem interessante esse episódio em que ela conversa com a psicanalista Renally Xavier. Nós, homens, temos muito o que aprender e esse podcast é uma oportunidade. Às mulheres, o tema também vai valer a pena, promise.
Leitura rápida 📑
Esse texto do Lucão combina com a news de hoje. Às vezes, nós que escrevemos, só precisamos entender isso: podemos ter referências, mas não querer ser exatamente igual a elas. Leia aqui!
Tô descobrindo aqui, agora, que pelo jeito a treta Musk x Substack foi longe… Os tweets que divertiam a seção não aparecem mais. Uma pena!
Antes das curtinhas, esse soy yo nesta nova fase (segundo minha mãe, verde me cai bem… elogio de mãe a gente não pode negar hahaha):
Acompanhe as reportagens aqui…
E mais…
Doidera total
Gargalhada garantida
Já sabe como termina, né? 🎵🎙️
Tenho me sentido ansioso em alguns momentos por conta do novo desafio. E essa canção me traz muita paz:
Se perdeu alguma edição anterior, não se preocupe:
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Mariana Maginador, Rafael Vieira, Camila Laister Linares, Bruno Rodrigues, Carol Magnani, Adelane Rodrigues, Rogeria Portilho, Lucas Pereira, Welliton Nascimento e Beatriz Souza.
Espero que até semana que vem! 😘