Sabe que eu não penso que seja a escrita uma atividade conflituosa. Escrever é talvez uma resolução, uma saída confortável para muitos dos conflitos que nos habitam.
A tua fala me remete sim a questão da receptividade da escrita na nossa cultura. A tua fala me remete à descrença em atividades que nascem de um lugar de introspecção e contemplação de si e do mundo.
Isso é frustrante. Porque fala de nós. Entregamos ao mundão as preciosas pedras que criamos a partir de nossas questões e existe uma desvalorização que é social. A desvalorização do que é subjetivo, do que é poético, do que é inútil.
Concordo MUITÍSSIMO com o ponto da desvalorização. Mas é interessante olhar as perspectivas de cada um de nós que mergulhamos nessa arte. Eu, na maioria das vezes, não vejo nada de conforto nessa saída, rs. É mais, em vários momentos, como uma veia entupida que precisa urgentemente de uma intervenção pra não explodir.
ADOREI a edição, Esdras. Confesso que quase a perdi entre montes de e-mails, mas ainda bem que a encontrei em meio a uma limpeza, porque serviu como um abraço e, principalmente uma resposta. Mesmo que esta seja: não existe resposta. E encarar isso, muitas vezes, faz a gente alinhar nossas expectativas e acalma o coração.
Gostei muito de refletir sobre como seriam Clarice e outros autores consagrados nos tempos de hoje. Eles não tiveram a oportunidade (e a dor) de ter a respostas (ou o silêncio) do público instantaneamente, enquanto produziam. Eles tiveram que lidar com a sorte (e o azar) de ter de concluir obras inteiras antes de conversar com o mundo. E, por isso, não conviviam diariamente com o julgamento que enfrentamos, pelo menos não da mesma forma.
Que textoooo, Brasil! Me ensina a ser artesão da palavra assim? Haha A escrita é esse caos, com motivações que coexistem com nosso ego, nossa essência, e a nossa sobrevivência, né? Caos e ao mesmo tempo calmaria, que sempre me puxa de volta pra mim. Gosto de escrever apenas pra mim tbm, mas morreria guardando tudo que escrevo num diário. Amei as referências, inclusive deu vontade de ler a edição 57!!! 🖤
Hahahahahaha ahhhhhh, mulher, vc já é muito artesã da palavra! É das que conhecem muito desse riscado e me inspira sempre. Obrigado por compartilhar sua visão aqui também! Um beijooo!
Mente quem diz que produzir pra internet é fácil. É realmente extenuante. Mesmo pra Virgínia deve ser.
Sobre essa parte do apoio financeiro, acho que é um reflexo do que acontece com o livro, né? Tem melhorado, é verdade, mas as pessoas parecem não ver valor ($) na escrita por ser algo que a gente ‘aprende’ ‘gratuitamente’. E a gente sabe o quanto é complexo. É quase vexatório pedir dinheiro pela venda de textos (que são mais que isso). Sensação estranha, porque tem gente que vende nudes.
Quanto Clarice e Pessoa, sinceramente, acho que não vingariam tanto hoje em dia. Eles são o que são hoje, penso, por não serem gerados nesse mesmo hoje. Em algum momento já estariam cancelados ou desvalorizados por uma ou outra produção menos brilhante. E não é conservadorismo de minha parte, mas há certa utilidade ética-sensível no analógico.
Ademais, dizer que fiquei feliz por me ver citado. Esse trecho, lendo agora, reutilizado, me bate diferente. Quer dizer, são essas coisas que a escrita/leitura fazem com a gente.
Tudo muito bem costurado e fluido. Por aqui, terá um leitor sempre à espera de uma reflexão.
Tô muito feliz com as nossas trocas: no seu texto, que reverberou muito em mim e certamente em tanta gente, e agora aqui. Mais um talvez: talvez seja isso que a escrita peça, discussões e amplificações sobre o que ela pode representar, ainda que sem necessidade de um fim, e sim um desfrutar do meio. Sigamos nesse acompanhamento de reflexões, meu querido. Um grande abraço e parabéns pelo trabalho, pela escrita que carrega aí dentro!
Oi, Esdras, tudo em paz?! 😌
Sabe que eu não penso que seja a escrita uma atividade conflituosa. Escrever é talvez uma resolução, uma saída confortável para muitos dos conflitos que nos habitam.
A tua fala me remete sim a questão da receptividade da escrita na nossa cultura. A tua fala me remete à descrença em atividades que nascem de um lugar de introspecção e contemplação de si e do mundo.
Isso é frustrante. Porque fala de nós. Entregamos ao mundão as preciosas pedras que criamos a partir de nossas questões e existe uma desvalorização que é social. A desvalorização do que é subjetivo, do que é poético, do que é inútil.
Isso é frustrante.
Concordo MUITÍSSIMO com o ponto da desvalorização. Mas é interessante olhar as perspectivas de cada um de nós que mergulhamos nessa arte. Eu, na maioria das vezes, não vejo nada de conforto nessa saída, rs. É mais, em vários momentos, como uma veia entupida que precisa urgentemente de uma intervenção pra não explodir.
Sigamos nessas boas trocas! :)
ADOREI a edição, Esdras. Confesso que quase a perdi entre montes de e-mails, mas ainda bem que a encontrei em meio a uma limpeza, porque serviu como um abraço e, principalmente uma resposta. Mesmo que esta seja: não existe resposta. E encarar isso, muitas vezes, faz a gente alinhar nossas expectativas e acalma o coração.
Gostei muito de refletir sobre como seriam Clarice e outros autores consagrados nos tempos de hoje. Eles não tiveram a oportunidade (e a dor) de ter a respostas (ou o silêncio) do público instantaneamente, enquanto produziam. Eles tiveram que lidar com a sorte (e o azar) de ter de concluir obras inteiras antes de conversar com o mundo. E, por isso, não conviviam diariamente com o julgamento que enfrentamos, pelo menos não da mesma forma.
Parabéns pelo texto!
Nath, obrigado pelas palavras tão generosas. Fiquei feliz que tenha gostado do texto! Um beijo! 😘
Que textoooo, Brasil! Me ensina a ser artesão da palavra assim? Haha A escrita é esse caos, com motivações que coexistem com nosso ego, nossa essência, e a nossa sobrevivência, né? Caos e ao mesmo tempo calmaria, que sempre me puxa de volta pra mim. Gosto de escrever apenas pra mim tbm, mas morreria guardando tudo que escrevo num diário. Amei as referências, inclusive deu vontade de ler a edição 57!!! 🖤
Hahahahahaha ahhhhhh, mulher, vc já é muito artesã da palavra! É das que conhecem muito desse riscado e me inspira sempre. Obrigado por compartilhar sua visão aqui também! Um beijooo!
Tantas questões e máximas boas, Esdras.
Mente quem diz que produzir pra internet é fácil. É realmente extenuante. Mesmo pra Virgínia deve ser.
Sobre essa parte do apoio financeiro, acho que é um reflexo do que acontece com o livro, né? Tem melhorado, é verdade, mas as pessoas parecem não ver valor ($) na escrita por ser algo que a gente ‘aprende’ ‘gratuitamente’. E a gente sabe o quanto é complexo. É quase vexatório pedir dinheiro pela venda de textos (que são mais que isso). Sensação estranha, porque tem gente que vende nudes.
Quanto Clarice e Pessoa, sinceramente, acho que não vingariam tanto hoje em dia. Eles são o que são hoje, penso, por não serem gerados nesse mesmo hoje. Em algum momento já estariam cancelados ou desvalorizados por uma ou outra produção menos brilhante. E não é conservadorismo de minha parte, mas há certa utilidade ética-sensível no analógico.
Ademais, dizer que fiquei feliz por me ver citado. Esse trecho, lendo agora, reutilizado, me bate diferente. Quer dizer, são essas coisas que a escrita/leitura fazem com a gente.
Tudo muito bem costurado e fluido. Por aqui, terá um leitor sempre à espera de uma reflexão.
Tô muito feliz com as nossas trocas: no seu texto, que reverberou muito em mim e certamente em tanta gente, e agora aqui. Mais um talvez: talvez seja isso que a escrita peça, discussões e amplificações sobre o que ela pode representar, ainda que sem necessidade de um fim, e sim um desfrutar do meio. Sigamos nesse acompanhamento de reflexões, meu querido. Um grande abraço e parabéns pelo trabalho, pela escrita que carrega aí dentro!