Um vazio tão eterno e nada terno no peito.
O sentimento é capaz de trazer um mix entre o silêncio e labaredas invisíveis que corroem cada pedacinho.
Têm dias – a maioria, na verdade – que nem sei o que sinto direito: ansiedade ou tristeza?
Parece que falta algo, sempre. E que nunca vai ser preenchido, ainda que não saiba de fato qual é a incompletude em questão.
Caminho pelas ruas e avenidas e olho para cada metro de asfalto e calçada. Onde é que encontro meu lugar?, pergunta o GPS da minha cabeça. Na maior parte do tempo, decido silenciá-lo, já que não soa como aquelas vozes que descem aveludadas pelos ouvidos.
Irrita quando perguntam-me sobre o que imagino à minha vida cinco anos adiante. Cinco anos pra quê se peno ao escolher no mercado se vou levar chocolate amargo ou ao leite, se prefiro café ou cappuccino, se quero kiwi ou morango.
Há dois dias me desfiz de 27 anos. Porque sim, de acordo com Rubem Alves, a gente não faz x anos, a gente se desfaz deles. E tem sentido. A cada aniversário, o caminho encurta mais.
“O que eu fiz da minha vida até agora?”, perguntam diabos que não gostam de se revezar com anjos.
Não tenho a resposta pronta, apesar de ela estar na minha cara.
Parece que quanto mais o tempo passa, mais me perco. Mas talvez perder-se profundamente seja a estratégia mais orgânica no processo de um dia tentar se encontrar. Aliás, encontrar o quê? Quando dizemos que estamos perdidos, qual é, de fato, o significado da sentença?
Nosso labirinto assusta. Tento escrever para ver se diminuo a escuridão causada pelas vendas que nem sabia que continuavam cobrindo meus olhos.
Um dia sei tanto de vida. Noutros não sei mais nada.
Ainda bem que dá para continuar vivendo, mesmo sem saber de tudo.
Como um desejo de aniversariante recente, posso pedir seu apoio para seguir produzindo a news e conseguindo pagar alguns boletos? Tentar viver de escrita é um processo de resistência, então, se puder contribuir com o valor que for possível, agradeço.
Se gosta do meu trabalho, você também pode fazer um apoio pontual e único ao projeto, na melhor quantia, aquela que cabe no seu orçamento, por meio do pix esdraspereiratv@gmail.com.
Muito obrigado! ❤️
Tão boa quanto a primeira temporada
Bom dia, Verônica estreou a segunda temporada na Netflix. Se você gostou da primeira e teve vontade de esfolar a cara do Brandão (Eduardo Moscovis) no asfalto, prepare-se para odiar o novo vilão, Mathias Carneiro (Reinaldo Gianecchini). A série é extremamente contemporânea e traz temas importantíssimos à tona. Thainá Muller quebra tudo mais uma vez e Klara Castanho também atua com primor num papel dificílimo.
Obra-prima do cinema
Não acredito que passei tanto tempo de vida sem ter assistido ‘O segredo de seus olhos’, filme argentino de 2009. Vi recentemente e já posso dizer com segurança que é um dos títulos favoritos de vida. Surpreendente, avassalador, de tirar o fôlego.
Belas reflexões garantidas
Amantes do áudio e, claro, das reflexões, feito eu, vão se deliciar com o podcast ‘Para dar nome às coisas’, da jornalista Natalia Souza. A voz doce dela conduz a chamada “mesa de bar na web”. Aqui, um dos últimos episódios:
Nesta seção, vou deixar indicações que, se você decidir adquirir pelo link daqui, pode ser que me ajude com um percentual de afiliado. Isso não quer dizer que a recomendação seja aleatória, só com intenção de receber por isso. Vou indicar apenas o que realmente curti, ou soube que vale a pena por meio de alguém que confio.
O peso do pássaro morto - Aline Bei
Como é bom ler algo de autoria contemporânea. Aline tem uma narrativa fortíssima, que atravessa. É um livro que pode despertar gatilhos. Li numa sentada, porque depois que se inicia a leitura é impossível pará-la. Obra grandiosa, não à toa vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura em 2018.
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Um menino bilíngue aos três anos [os primos que lutem com o sarrafo…]
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Já que falei de Caetano, nosso mestre, e ele recém completou 80 anos…
Diga lá, meu querido leonino:
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar... (Caetano Veloso)
Obrigado por estar aqui comigo! <3
Com base nos critérios de recompensa do financiamento coletivo, meu agradecimento especial a:
Mariana Maginador, Rafael Vieira, Camila Laister Linares, Bruno Rodrigues, Basílio Magno, Fátima Castanho, Mara Pereira, Lucas Pereira, Vitor Cavaller, Welliton Nascimento e Beatriz Souza.
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