Vida Vivida
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#21 - Vida Vivida [areia desértica, gota oceânica]
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#21 - Vida Vivida [areia desértica, gota oceânica]

A metaversação da vida nos mata mais e mais
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Ainda seremos engolidos pelo título de protagonista que costumamos nos atribuir.

Somos cada vez mais parte de um espectro vazio de mundo.

Groselhagens ditas.

Dancinhas feitas.

Piadinhas sem graça reverberadas.

Influências questionáveis.

Aí, não há problema levantar a bandeira do famoso “e tá tudo bem”.

Não precisamos ser o culto dos cultos.

O consumidor de Lacan e Baumann.

A leitora contumaz de Beauvoir e Ernaux.

Não tentemos ser os maiores detentores de conhecimento a todo custo. E nem alimentemos o pensamento de que todos estão de olho em nossos atos.

Somos como um grão específico de areia no deserto. Não somos os notáveis que pensamos.

  • O que vão pensar de mim?

  • O que pensam de mim?

  • Nossa, disseram isso sobre mim, e agora?

  • E se a pessoa ouvir isso a meu respeito, o que vai passar a pensar?

Dane-se tudo.

Que a autenticidade reine soberana e pise com salto 15 em algumas opiniões.

Não precisamos viver um mundo de agradar a todos. Porque agradar a todos significa, indubitavelmente, não agradar a si mesmo. E num mundo atroz, opte por sua própria sobrevivência.

Esse texto é um escarro de aleatoriedades. É porque observo pessoas querendo ser agradáveis aos olhos da massa. E aí se perdem numa heterogeneidade que não se transforma mais na base de sua figura homogênea. Se desenvolvem facetas irreais, destruindo a primeira de suas facetas, aquela que te moldou a ser o que é.

No mundo de hoje, as dores se confundem. Vejo preocupação de alguns por deixarem de ser seguidos. Vale mais um encontro real ou a metaversação da vida?

Os tempos estão impiedosos. Mas não são tempos os responsáveis por nosso adoecimento. O que nos adoece é nosso próprio motor chamado alma. A cabeça nos descontrola e nos mata. Tenhamos mais controle sobre o que nos traz maledicências.

Vivamos mais. Não inconsequentemente, mas sem pensar que o mundo gira em torno de nós. Há bilhões de outras rotações.

Se somos um grão de areia no deserto, também somos aquela gota d’água no oceano.

Ou seja, somos muito pouco no todo, ainda que a imagem macro seja capaz de enganar nossos olhares.

Tranquilize-se.


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Vídeo importantíssimo - O título é bem clickbait, mas a essência da ideia é muito coerente. As pessoas, de modo geral, esquecem de estudar história e saem espalhando besteiras por aí. Ditaduras não pressupõem “lado”. É possível estabelecê-las em governos de direita, esquerda, pautados pela religião, seja como for… Serão 20 minutos muito bem investidos, te garanto.

Os limites do true crime - O querido amigo Dimitri Vieira tratou de um tema interessante na edição passada da news dele, com base na série hypadíssima lançada pela Netflix, sobre o assassino Jeffrey Dahmer. Confesso que ainda não acompanhei a produção, mas é uma pauta que venho pensando desde o podcast da Casa da Mulher Abandonada (inclusive discuti um pouco sobre numa edição especial aqui).

Acesse a news do mestre da Escrita Criativa e Storytelling:
uma rebelião acústica
Uma aula de Storytelling para quem tem estômago
Muito obrigado por ler e seja muito bem-vinda, ou bem-vindo, à newsletter “uma rebelião acústica”. Ainda não se inscreveu e quer receber as próximas edições? Com 5 dias no ar, “Dahmer: Um Canibal Americano” bateu "Round 6" e se tornou a estrteia de série mais assistida na Netflix…
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Veja o trailer de Dahmer, Um Canibal Americano:

O velho que acordou menino - Rubem Alves

Um compilado de crônicas desse gigante que flutuou entre tantas esferas durante a vida. Rubem nos conduz a um passeio com suas palavras, principalmente resgatando memórias dos tempos mais mineiros de sua vida. Em 2022, inegavelmente, estou Rubemalveslizado de tanto que tenho lido este craque das palavras e reflexões.

Pantanar acabou, #tôdeluto, mas Travessia chegou com boas atuações tipo essa

Mas também já teve horror de cena assim, alá Mutantes, da Record

Gostei de conhecer um pouco mais sobre Vitor Pereira, técnico do Corinthians

Uma lembrança sobre consciência de classe

Uma das minhas bandas preferidas lançou novo álbum

Um ídolo, o menino que queria ser Deus, também tá de álbum novo na pista

Saíram os vencedores do 44° Prêmio Vladimir Herzog

Algumas coisas
quando se quebram
são fáceis de consertar:
uma xícara lascada
uma estatueta de gesso
um sapato velho
uma receita que desanda
ou uma amizade arruinada.
Ainda que guardem
as marcas do remendo,
é possível que essas marcas
tenham um certo charme
como algumas cicatrizes.
Mas experimente consertar
um poema que estragou. (
Ana Martins Marques, A vida submarina)


Pra encerrar hoje, uma dose de nostalgia…


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Crédito: Giphy

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