Vida Vivida
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#7 - Vida Vivida [eles deveriam ser eternos]
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#7 - Vida Vivida [eles deveriam ser eternos]

Confira também a versão da news em áudio, para que você tenha a melhor experiência possível.
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Antes de começar a edição de hoje, uma novidade linda: a news estreia hoje o primeiro patrocínio. E não poderia ser mais adequado ao que acredito: é o Espaço Humanamente, de Sorocaba-SP, que chega para somar e fortalecer Vida Vivida. Com um trabalho importantíssimo, é oferecido acolhimento a pacientes que buscam o melhor equilíbrio de saúde mental. Você vai conhecer mais daqui a pouco.

Recado passado, felicidade compartilhada, me dê a mão. Vamos juntos para a nossa edição #7?

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Os nomes dos meus: Nair e Rubens; Marivaldo (Tuza) e Lúcia.

Os dois primeiros, maternos, felizmente permanecem. Os outros dois, paternos, infelizmente partiram.

Sempre quando vou à casa dos meus avós ainda vivos, penso no privilégio que é tê-los aqui. E também reflito sobre ter sido um sortudo que conheceu seus quatro avós. Não é para qualquer um. Aliás, deveria ser regra poder conviver ao menos um pouco com esses personagens tão importantes desta vida.

Avós parecem ser sinônimo de bondade. É difícil ouvir histórias de pessoas com esse título que tenham feito grandes males por aí. Óbvio que existem, mas não há necessidade de grandes pesquisas para provar que eles espalham mais benevolências do que qualquer outra coisa.

Até quando estão bravos, logo voltam ao papel de amorosos.

Lembro da minha avó Lúcia furiosa quando, entre meus 3 e 5 anos, se não me engano, me presenteou com um tênis super colorido e eu respondi na honestidade infantil: “Que feio, não gostei!”.

Posso contar nos dedos, daquele dia em diante, quantas vezes ela voltou a me presentear com qualquer presente que fosse. Sentiu o golpe.

Ora, se fosse hoje, certamente usaria com gosto, já que me dou bem com itens coloridos. À parte à tristeza pela desfeita da criança, o amor era compensado com a macarronada e maionese inigualáveis de domingo, regadas à frase típica: “Quer carninha, fiôzinho?”.

Sinto saudades daquela que o câncer devastou e que na última terça teria completado 71 anos. Daquela que, corajosamente, enfrentou poucas e boas por causa de dois filhos mais complicados.

O sentimento é terno também em relação ao vô Tuza. Partiu sem nem ver o time que costumava entortar varal voltar a ser campeão paulista no ano passado. O vô que gostava de comer comida fria e pedalava feito menino pelas ruas de Guareí. O que me abastecia com CDs, como o VT do Mundial de 2005, e pôsteres de títulos tricolores.

A nostalgia do lado paterno é grande, ao passo que a realidade é de vida no lado materno. Embora não exista compensação de figuras, cada um possui sua importância.

No último fim de semana, estive com meus avós que espero que vivam muito mais. Vô Rubens segue contando suas histórias infinitas, pedindo que coloquemos as músicas que ele gosta e ai de quem não prestar atenção. Até faz questão de dizer, durante a prosa boa, que aprendeu um pouquinho de sanfona na infância. Continua orgulhoso do Palmeiras vitorioso e de uma memória que impressiona. E ostenta as frases que decora dos livros que lê: “Esses dias li uma passagem bonita. Tem gente que quer ser rica demais, pra quê? Pra ser o mais rico do cemitério?”.

Minha vó Nair é mais simples. Fala menos. Ouve mais e tem olhos de quem sabe observar tudo ao redor. O falar da minha avó acontece de outra forma: como quando meu primo chega para almoçar e ela deixa a comida de lado, levanta-se, dá alguns passos, sobre três degrauszinhos de escada e volta o entregando um prato. O falar da minha avó acontece quando me deixa comer arroz doce quentinho antes mesmo de o almoço estar pronto.

Quando me recolhi à sala para ler À Beira Mar, meu livro atual, e passei os olhos sobre seis linhas, meu cérebro se conectava ao coração. Me convidava para voltar à área fazer a leitura da vida real. Me dizia que o tempo é passageiro, mas os livros provavelmente estariam mais frequentemente à disposição. Os avós, não. As páginas deles, se o ritmo literário da vida não se alterar, tendem a ser cumpridas mais cedo do que as nossas, de netos.

Se pudesse construir uma ficção para torná-la realidade, escreveria um livro de histórias de avós como figuras imortais. Nela, teria macarronada, bicicleta, causos de um palmeirense e gentileza que se desenha mais em gestos do que palavras.

Sorte de quem lesse, pois todas as páginas seriam comestíveis, com gostinho sabor amor.


🧭​ Espaço Humanamente

Ao menos nas próximas quatro edições, Vida Vida conta com apoio de Espaço Humanamente, que tem como um dos principais objetivos a democratização do acesso à saúde mental.

O Espaço Humanamente conta com um time incrível de 12 psicólogas, que atendem presencial e virtualmente. O trabalho começou em 2018, idealizado pela psicóloga e psicanalista Laurian Prado. O espaço funciona em uma casa ampla, na rua João dos Santos, 541, no Jardim Santa Rosália, em Sorocaba, interior de SP, para quebrar a “visão formal” de consultório.

A intenção é nortear o trabalho conforme o colorido do próprio logotipo, evidenciando ser um espaço plural, de acolhimento a todas as pessoas, independentemente de gênero, cor, raça, personalidade, queixas e angústias. Laurian também considera o espaço uma oportunidade para psicólogas em início de carreira, já que há salas disponíveis para atendimento. “E diferente de outros espaços, aqui elas só pagam o aluguel, não tem comissão para o espaço”, explica.

O espaço também lançou recentemente um projeto de Clínica Social, para atendimento de pacientes de baixa renda. Nas próximas semanas, você vai conhecer um pouco mais desse bonito trabalho… Enquanto isso, se precisa de atendimento psicológico ou é psicóloga precisando de espaço para atuar, já sabe…

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Bienal do Livro em SP - Ainda segue, neste fim de semana, a programação deste que é um dos principais eventos para reunir leitores e escritores. O primeiro fim de semana, na Expo Center Norte, teve filas enormes. Ô saudade de um evento cultural presencial, né? Dependendo de quando você ler a news, dá para chegar… Programação extensa nesta sexta, com direito a Monja Coen e Rodrigo Casarin às 17h, na Arena Cultural, com o tema ‘Da negação ao despertar’. No sábado, das 11h30 às 12h30, teremos ‘Booktok: os Livros no TikTok’, com Clara Alves, Pedro Rhuas, Juan Jullian e Maju Alves, também na Arena Cultural. O mesmo espaço recebe, no domingo, palestra sobre financiamento coletivo, das 17h30 às 18h30. A programação completa você confere aqui, onde também pode comprar ingressos.


Nesta seção, vou deixar indicações que, se você decidir adquirir pelo link daqui, pode ser que me ajude com um percentual de afiliado. Isso não quer dizer que a recomendação seja aleatória, só com intenção de receber por isso. Vou indicar apenas o que realmente curti, ou soube que vale a pena por meio de alguém que confio.

Quem pensa enriquece - Napoleon Hill

Tenho lido menos livros nessa “pegada” neste ano. Mas admito que foi uma das leituras mais interessantes que fiz em 2021. É um best-seller usado por muita gente para guiar o caminho dos negócios. Nele, me impressionou a história de Gunsaulus, um jovem norte-americano que consegue levantar um milhão de dólares em uma semana para cumprir um propósito de vida.

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Robinho, um ex-ídolo do futebol, vive uma vida às escondidas [dessa vez, não foi a bola quem puniu…]

Elisabeth Gilbert, autora de ‘Comer, Rezar e Amar’ dá aula nesse vídeo [minutos que podem te nortear se estiver se sentindo perdido na vida profissional]

Essa reportagem é mais um tapa na nossa cara enquanto brasileiros [pouco a comentar, a não ser que ninguém deveria ter de passar fome no mundo]


“O amor é a própria cura

remédio pra qualquer mal

cura o amado e quem ama

o diferente e o igual

Talvez seja esta a verdade:

é pela anormalidade

que todo amor é normal” (Bráulio Bessa - Poesia que transforma)

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